HĂĄ profissĂ”es que se medem por resultados imediatos â nĂșmeros, metas, lucros. E hĂĄ outras, raras e sagradas, que se medem pelo que permanece, mesmo quando o tempo passa. Entre essas, estĂĄ o professor.
Ser professor Ă© escolher um caminho de entregas invisĂveis: plantar em solo ĂĄrido, acreditar quando poucos acreditam, enxergar possibilidades onde o mundo sĂł vĂȘ limites. Ă ensinar o verbo esperar quando tudo convida ao desistir.
Em cada sala de aula, hĂĄ um ato de resistĂȘncia. ResistĂȘncia contra a ignorĂąncia, contra a indiferença, contra a ideia de que o saber Ă© privilĂ©gio de poucos. O professor Ă© o guardiĂŁo do futuro â aquele que trabalha hoje para o amanhĂŁ existir com dignidade.
No entanto, Ă© tambĂ©m um dos que mais sofre com a falta de reconhecimento. Entre salĂĄrios injustos, salas superlotadas e estruturas precĂĄrias, o professor segue firme â porque sua vocação fala mais alto do que a dor. Ele sabe que educar Ă© tocar o eterno com as mĂŁos do presente.
Neste dia, mais do que homenagens, Ă© preciso um compromisso: valorizar o professor nĂŁo Ă© um gesto de gratidĂŁo â Ă© um ato de sobrevivĂȘncia social. Sem eles, nĂŁo hĂĄ mĂ©dicos, engenheiros, artistas ou cidadĂŁos. Sem eles, o mundo se perde em sombras.
Que cada palavra dita por um educador continue ecoando nas geraçÔes. Porque, como jå disse Ruben Alves:
âO educador Ă© aquele que semeia o que o tempo nĂŁo apaga.â
Edilson Cezar Xavier Ă© escritor, filĂłsofo, formado em LĂnguas e Letras pela Universidade Federal do EspĂrito Santo (UFES).
