Dando continuidade ao tema abordado no último artigo sobre o luto e a luta das famílias e das PcD, na aceitação individual de sua condição, da saída para a luta e o enfrentamento das diversas barreiras sociais, físicas e atitudinais, o texto de hoje pretende refletir sobre como cada família enfrenta ou enfrentou esse processo. Para abrir o diálogo vou apresentar minha experiência sobre o tema, gostaria de salientar que é um artigo de opinião, logo, o que será apresentado são situações pessoais e com um contexto que reflete um momento específico de nossa vida. Vou apresentar minha filha Maria Paula de Oliveira Silva tem 15 anos. Aproveito também para abrir um espaço para disponibilizar este espaço e dar voz a muitos de vocês que possuem experiências riquíssimas, a ideia é construir uma rede de comunicação para trocarmos experiências e informações. Para entrarem em contato comigo podem ligar ou mandar mensagem para (27) 99996-0346.
Com a chegada de Maria Paula, nossa família sofreu uma transformação, no entanto este processo se deu e ainda se dá de maneira muito particular para cada um. Neste relato apresento a visão de uma mãe que sai de uma situação de acomodação para estabelecer novas relações em favor do bem estar e desenvolvimento o melhor possível de nossa filha. Tanto que, para auxiliá-la melhor, retornei aos estudos com um foco muito especial em tudo que era relacionado ao Autismo. Com muita disciplina e dedicação para entender em meio ao processo como cada terapia, medicação, informação, opinião, era verdadeira ou um monte de baboseiras. Isto porque, aprendi logo no início de nossa trajetória que famílias, pessoas e pacientes fragilizados, se tornam muito mais suscetíveis a enganações e promessas vazias, com a gente não foi diferente. Acreditei que o conhecimento era a melhor estratégia para enfrentar a situação, amenizar o sofrimento e alcançar os resultados esperados com uma intervenção precoce. Com o apoio de inúmeras pessoas fui obtendo acesso a materiais com o tema Autismo, busquei por pesquisas e movimentos no Brasil e no exterior.
É claro que no início, minha bagagem de conhecimento não permitia ter uma visão clara de todos os temas que envolvem o espectro do autismo, daí a necessidade de um esforço ainda maior na busca de informações de fontes confiáveis, que chegassem a mim com um filtro mínimo de discussão. Também precisei enriquecer meu repertório numa área essencial para o desenvolvimento da minha filha, a educação. Então, o estudo passou a ser uma constante em minha vida, cada momento para aprender era algo que eu não dispensava, na faculdade no curso de pedagogia, me aplicava muito para entender o processo de desenvolvimento humano e as fases da aprendizagem, e qual seria a melhor prática pedagógica para ser aplicada no desenvolvimento de minha filha.
Para o próximo artigo vou trazer os momentos mais difíceis deste período e as lições que se tornaram aprendizagem para toda vida.