O dia da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro como uma medida de resistência a tudo que apequena a raça negra. Esta data não foi escolhida por acaso, é uma atribuição ao marco da morte de Zumbi dos Palmares.
Nesta data são reunidas diferentes ações de combate ao racismo e levanta ao debate sobre a maneira em que os negros chegaram ao Brasil, como escravos, sob o domínio do homem branco. É um debate que deve ir além dos parâmetros culturais e rever a questão do racismo estrutural da sociedade brasileira.
O Dia da Consciência Negra foi instituído durante o governo Lula, através da Lei nº 10.639. Neste documento é incluído o tema “História e Cultura Afro-Brasileira” como componente curricular obrigatório nas escolas brasileiras. Em 2011, no governo Dilma Rousseff, por meio da Lei nº12.519, a data foi oficializada como “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”.
Quem foi Zumbi dos Palmares? Nascido em 1665, Zumbi comandou o Quilombo dos Palmares por quase 15 anos depois da more do antigo líder, Ganga Zumba. O Quilombo se localizado na Serra da Barriga na antiga Capitania de Pernambuco. Essa região tinha uma vasta vegetação com difícil acesso, muito afastada das áreas habitadas pelos colonizadores portugueses. Durante este período, Zumbi dos Palmares liderou a resistência de milhares de negros contra a escravidão. No período do seu governo, Palmares enfrentou diversas lutas para defender o território, assim como a liberdade dos negros no quilombo.
No ano de 1694, o Quilombo dos Palmares foi destruído pelo governo durante uma expedição comandada pelo bandeirante, Domingos Jorge Velho, e, apesar da bravura e resistência de Zumbi, ele foi decapitado e a sua cabeça exposta numa praça em Recife.
Além da homenagem a Zumbi, a data é o reconhecimento de que o país tem uma grande dívida para com os negros que tanto fizeram, e fazem, por esta nação dando o seu suor e a sua contribuição cultural para a identidade do povo brasileiro. Muito além de uma data festiva, 20 de novembro traz uma grande reflexão sobre o comportamento de cada brasileiro em relação aos negros no Brasil e a proposta de mudança para atos tão mesquinhos como o de pensar que uma raça se sobrepõe à outra apenas pela condição de pele. Quem pensa assim está enfadado ao fracasso, pois, quem é grande de verdade reconhece o outro pelo seu caráter e não pela cor da pele.
Edilson Xavier é escritor, formado em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).