A equipe do Projeto Barraginhas esteve na Fazenda Experimental do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Marilândia para seleção dos locais de implantação das primeiras Unidades Demonstrativas do projeto no Estado. A iniciativa é desenvolvida no Espírito Santo pelo Incaper em parceria com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh).
O projeto, que conta com a atuação de 12 bolsistas – de nível médio, técnico e superior – está instalado em 10 municípios no Estado, onde serão implementadas as Unidades Demonstrativas de referência para visitação dos produtores interessados de cada região, ficando em Água Doce do Norte a unidade da região noroeste capixaba. Essas unidades servirão para divulgação, como modelos para demonstração do funcionamento dessa tecnologia social.
Segundo o extensionista e coordenador da Fazenda Experimental do Incaper de Marilândia, Marcone Comério, cultivo do café no Espírito Santo compreende regiões mais baixas, no noroeste do Estado e regiões mais acidentadas ao Norte do Vale do Rio Doce, região Serrana e Sul do Estado.
“As regiões mais acidentadas compreendem aproximadamente 70% de seu cultivo, basicamente distribuída em base familiar. Várias tecnologias são desenvolvidas e adaptadas rotineiramente, na busca de maiores produtividades, porém, observamos que há forte limitação por recursos naturais para sustentabilidade das unidades produtivas, que em maioria possuem solos degradados e severa limitação de recursos hídricos”, explicou.
Marcone ainda ressalta que se faz necessário buscar tecnologias que contribuam para a conservação da fertilidade do solo e melhorem a disponibilidade hídrica. “A implantação do projeto de pesquisa com barraginhas vem atender às demandas citadas, buscando adequar às realidades locais, servindo como Unidade Demonstrativa para conhecimento dos produtores e disponibilização de mais uma tecnologia”, disse.
Mais sobre o Projeto – O Projeto Barraginhas foi idealizado pelo pesquisador Luciano Cordoval (Embrapa Milho e Sorgo), e as tecnologias sociais contidas no projeto são patenteadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As demais unidades demonstrativas do projeto no Espírito Santo serão implementadas em 10 propriedades rurais a serem selecionadas nos municípios parceiros do projeto desenvolvido pelo Incaper, sendo eles: Água Doce do Norte; Atílio Vivácqua; Colatina; Cachoeiro de Itapemirim; Pinheiros; Mucurici; Nova Venécia; Santa Leopoldina; Laranja da Terra; e São Roque do Canaã.
Além de Água Doce do Norte, Barra de São Francisco e Ecoporanga, na região noroeste capixaba serão os municípios contemplados na primeira fase do Projeto Barraginhas no Espírito Santo. Em outubro do ano passado a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Seama) anunciou a transferência de R$ 600 mil para o Incaper, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O recurso será utilizado para a realização da capacitação, transferência de tecnologia e implantação do Projeto Barraginhas, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em microbacias do Estado.
Além das ações do projeto de transferência de tecnologia, será viabilizado, via Fundágua, R$ 1 milhão para aporte a esses municípios. Cada Prefeitura irá receber R$ 100 mil, para utilizar com o combustível durante o período de implantação das barraginhas e, em contrapartida, irá viabilizar uma retroescavadeira para a realização das intervenções. O objetivo é implantar 13,2 mil barraginhas em três anos, ou seja, 440 barraginhas por ano em cada Município.
Os Municípios priorizados no projeto serão alguns dos mais atingidos pela crise hídrica dos últimos anos: Ecoporanga, Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Rio Bananal, Sooretama, São Roque do Canaã, Itarana, Atílio Vivácqua e Santa Leopoldina.
Fonte.. ocontestado