O Real Noroeste já começou o planejamento para a temporada 2020, além de está disputando o campeonato capixaba o clube terá compromissos importantes na Copa Verde e Brasileirão da série D, além da tradicional Copa Espirito Santo, competição por sinal que o Real Noroeste é tetra campeão, inclusive defenderá o título que conquistou em 2019.
Buscando se qualificar para jogos de extrema dificuldade, muitas mudanças no atual elenco serão realizadas, alguns atletas serão contratados e outros serão dispensados, mas nem tudo está normal diante dos olhos dos torcedores merengues.
O que vem causando revolta entre os torcedores do Real Noroeste é a possível dispensa do volante Wanderson Nogueira, 26 anos, um dos atletas mais respeitados dentro do clube, mais de 150 partidas realizadas pelo Realzão da Massa, há quem diga inclusive que nenhum outro atleta vestiu por tantos jogos o manto merengue, números oficiais podem desmentir nossa informação, afinal não tivemos acesso a tal estatística, mas uma coisa é certa, o volante esteve presente nos únicos 4 títulos conquistados em toda história do clube desde a sua fundação, foi NO TETRACAMPEONATO da Copa Espirito Santo de 2011, 2013, 2014 e 2019.
Importante lembrar que Wanderson é morador de Barra de São Francisco desde a infância, e dentre todos os atletas da cidade francisquense que tiveram a oportunidade de se profissionalizar no clube merengue, ele foi o único que abraçou a chance que teve, nunca foi visto disputando campeonatos amadores ou pelada com os amigos, sempre preocupado com uma alimentação saudável e sem vícios com drogas ou bebidas, ele acabou caindo nas graças da torcida, teve uma época em que os francisquenses deixavam suas casas para ver de perto “o moleque de São Chico” em campo, ele acabou criando uma identidade enorme com o clube se tornando o dono da posição por um longo período, chamando inclusive a atenção de outros clubes do Brasil.
Wanderson chegou no Real Noroeste em 2011, onde teve duas rápidas saídas para a disputa do campeonato Carioca de 2017 e 2018 nas equipes do Bangu e Madureira, no Rio de Janeiro ele não obteve muito sucesso e retornou para o Real Noroeste onde nunca mais teve muitas oportunidades como titular da equipe, na temporada 2020 parece definitivamente ter perdido espaço com o técnico Duzinho, que praticamente nem tem relacionado o volante para as partidas.
Definitivamente uma dispensa que contraria vários torcedores do time, algo muito parecido com o que aconteceu com Ralf, ídolo da torcida do Corinthians dispensado pela “porta dos fundos” no início desse ano, pois Wanderson além de ser muito compromissado com o clube já enfrentou momentos bons e ruins no Real, e os torcedores ainda não engoliram o motivo dessa possível dispensa.
A saída do volante Wanderson é apenas mais uma das várias decisões tomadas pela diretoria que não estão agradando a torcida, ano passado Vitinho, Robert e Leandro Teixeira também foram dispensados pelo clube logo após se destacarem na campanha do campeonato Capixaba, Teixeira era o capitão da equipe, Robert artilheiro e Vitinho consagrado como o craque do campeonato, três perdas irreparáveis para o elenco, o motivo alegado pela diretoria foi a indisciplina dos atletas, mas nenhuma peça de reposição a altura foi contratada na ocasião, isso sem contar a punição para o goleiro Paulo Victor e o zagueiro Tiago no jogo de ida da grande final contra o Vitória no estádio Kleber Andrade, ambos foram “barrados” do time titular e os substitutos não corresponderam como deveriam, na época essa punição foi considerada como o principal motivo para o gol sofrido pela equipe fora de seus domínios em Cariacica, e consequentemente a perda do título foi inevitável em Águia Branca onde uma grande festa foi anunciada com antecedência pelo presidente Flaris Olímpio da Rocha com churrasco liberado para 5 mil pessoas, alguns jogadores então aproveitaram para pintar o cabelo e entraram em campo com o grito de campeão na garganta e um salto alto extremamente visível nas arquibancadas, no final o placar terminou 0x0 e o time acabou sendo derrotado nos penaltis saboreando o gosto amargo do churrasco da derrota.
Outra reclamação constante dos torcedores merengues é sobre a desorganização no comércio de comidas e bebidas do estádio José Olímpio da Rocha, ao contrário do que acontece nos outros estádios do Espirito Santo, no “Rochão” não existem vendedores espalhados nas arquibancadas com caixa de isopor, cada torcedor precisa enfrentar 2 filas enormes para comprar os produtos desejados, uma fila para adquirir as fichas e outra para pegar o produto, isso desanima qualquer um de descer as arquibancadas, ou seja, se uma criança ficar com sede, coitada dela e dos pais né, porque vai ter que esperar uns 30 minutos para poder comprar uma simples garrafa de água mineral.
A insatisfação da torcida não acaba por ai, pois em 2020 sob alegação de ser uma recomendação da FES, os ingressos passaram de R$ 10,00 a inteira para R$ 30,00 em jogos do campeonato capixaba, e caso o torcedor esteja vestido com a camisa do clube ele pagará somete a meia entrada no valor de R$ 15,00, porém um detalhe importante é lembrar que o clube não possui uma loja de produtos oficiais para que os torcedores adquiram a camisa do time, ou seja, se tiver usando a camisa ganha o desconto, mas onde mesmo que vende a camisa? Coisas do Real né, rs.
Recentemente um grupo de amigos se juntaram para criar a torcida organizada Raça Merengue, cantos na arquibancada, coreografias, fumaça, sinalizadores, papel higiênico, foguetes, tudo foi adquirido através dos próprios torcedores que não conseguiram do clube o mínimo suporte para dar continuidade no projeto de acompanhar o Real em jogos pelo estado, uma reunião entre torcedores e diretoria do clube chegou a ser cogitada, mas isso nunca se concretizou.
Alguns membros da torcida chegaram a dizer que infelizmente, a diretoria ta pouco se importando com o sentimento do torcedor, pois tratam o clube apenas como empresa, e quanto ao amor do torcedor pelo time que entra em campo infelizmente não tem importância pra eles, não consideram a torcida como patrimônio do clube, e por conta disso infelizmente a média do público vai diminuindo cada vez mais no estádio José Olímpio da Rocha.
Sobre a dispensa de Wanderson, tentamos contato com o atleta, ele nos disse que só irá se pronunciar sobre o assunto após resolver termos burocráticos com o clube, pois sua saída ainda não está completamente confirmada, apesar de bem encaminhada, já o diretor de futebol do clube, Danilo não foi localizado para confirmar se realmente Wanderson será dispensado.
Fica agora a esperança dos torcedores para que além de uma empresa respeitada, o Real Noroeste possa ser também um time de futebol com uma torcida apaixonante como tantas outras espalhadas pelo Brasil, e para que isso aconteça, o diálogo entre as partes é mais que essencial durante cada início de competição.
