Como sabemos através da História, o Brasil se tornou colônia de Portugal a partir do seu “descobrimento”, no entanto, tudo mudou com a entrada de um líder autoritário no cenário mundial. Napoleão Bonaparte era um homem que não queria governar apenas a França como imperador, mas conquistar outros territórios além-fronteiras.
Fugindo de Napoleão, em 1808 a família real portuguesa chega com toda a sua corte em Salvador na Bahia, onde permaneceu 34 dias. Neste curto período na primeira capital do Brasil, o então príncipe regente, João de Bragança, que viria a se tornar em 1816 o rei Dom João VI, assinou um decreto autorizando a abertura dos portos às nações amigas. Também fundou a Escola de Cirurgia da Bahia, embrião para a criação da primeira faculdade de medicina do Brasil.
Com a chegada da família real ao Brasil, muitas transformações estavam por vir na colônia, dentre eles a independência e este fato histórico foi fator primordial para este processo. Ao chegar ao Rio de Janeiro, além das transformações no campo econômico, podemos salientar as reformas urbanísticas feita por Dom João VI que promoveu um embelezamento do novo lar da família real, nunca antes vivido na capital da colônia. Este acontecimento deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à categoria de o Reino Unido de Portugal e Algarves.
Esta medida prestigiou os novos súditos tupiniquins, no entanto, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
As medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças por parte das elites lusitanas que se viam abandonada por sua antiga autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa através de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia.
Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembleia Nacional que exigiam que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para legitimar as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Os nativos se viram muito prejudicados com esta medida, então, Dom Pedro I, príncipe regente, tratou de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre os primeiros ajustes, ele baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante às Cortes de Portugal.
Percebendo as intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo daquele período pudessem se perder. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I à líder do Brasil.
Em setembro de 1822 a assembleia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno imediato do príncipe para Portugal sob a ameaça de invasão militar. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em viagem a São Paulo) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga.
Edilson Xavier é escritor, formado em Línguas e Letras pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).
