Uma família dilacerada pela perda de quatro membros em apenas três meses. Este é o drama da Família Vieira, residente há anos em Rio Preto. Depois de perder duas noras e, na última semana uma neta, grávida, de apenas 29 anos, por morte, não relacionadas à pandemia, o patriarca, Sr. Antônio Vieira, 83 anos, foi vitimizado pela COVID.
Desde que a pandemia apareceu, Sr. Antônio saía apenas para receber o seu benefício previdenciário, e não entrava no banco, ficava esperando dentro do carro enquanto o seu vizinho retirava o pagamento para ele e a sua esposa, Dona Maria. Durante muito tempo usou máscara até dentro de casa, mas mesmo assim não conseguiu escapar da doença.
Sr. Antônio, que era cardíaco e hipertenso, passou mal no primeiro dia de dezembro e foi imediatamente levado ao Pronto Socorro de Barra de São Francisco. No dia 05, recebeu alta e retornou para casa, no entanto já havia contraído o vírus no hospital, ainda que ninguém soubesse, mas e o seu estado era considerado bom. No dia seguinte, o idoso passou mal e teve febre alta e foi conduzido de volta ao hospital onde foi diagnosticado COVID – 19. Na tarde de ontem, quinta-feira, Sr. Antônio não resistiu a uma grave pneumonia e foi a óbito.
Hoje, no cemitério, apenas os coveiros, representantes da família e 2 líderes religiosos num total de 9 pessoas onde o silêncio era quase que absoluto, quebrado por um ensaio de uma brisa que tentava abrandar o Sol que já dava sinais de que o verão se aproximava. Os filhos estão em isolamento porque cuidaram do pai no período em que não havia diagnóstico da doença.
É muito triste ver pessoas partindo, sem ter um enterro digno e sem a presença de familiares e amigos no ato de despedida. Enquanto isso, as vacinas que já poderiam ter sido compradas para salvar vidas, se tornaram instrumento de politização entre os governantes para expor a vaidade governamental. Até quando?
Enquanto não temos a resposta, seguiremos, desejando a família Vieira e a todas as famílias, que sofreram perdas pela COVID – 19, conforto e a nossa solidariedade. A saudade não passa, mas esta doença, sim. Em algum momento irá nos deixar, no entanto, até lá é preciso se cuidar.
Por, Edilson Xavier.