Um casal de idosos, moradores de Vila Velha, estava junto há 60 anos. Ele era policial rodoviário aposentado e ela, dona de casa. Conforme as promessas que fizeram no altar, os dois ficaram juntos até que a morte os separasse e morreram no mesmo mês, em decorrência da covid-19.
Essa é a história do casal Milton e Nair Alves, de 83 e 82 anos. Os dois tinham comorbidades, mas segundo a filha Jacqueline Alves da Cunha, eles eram ativos e lúcidos. “Eles faziam tudo juntos. Eram muito unidos, sempre um pelo o outro e não se separavam, praticamente, nunca. Eram pessoas felizes, de bem com a vida. No dia em que ela foi internada, ela lembrou que tinha um dinheiro guardado e pediu para levar palavra cruzada para ela fazer”, disse.
O casal apresentou os sintomas da covid-19 no mesmo período. Segundo a Andreia Alves de Souza, também filha dos dois, tudo começou como uma gripe. Dona Nair foi a primeira a ser internada. Logo depois, foi a vez do seu Milton. “Eles sempre gripavam e ele tinha um quadro de pneumonia. Ligamos para o médico, fazendo o tratamento em casa e minha mãe, dormindo com ele, também gripou”, conta.
As irmãs também falaram sobre o sentimento da perda, pois ainda não conseguiram vivenciar o luto. “A morte mais triste que pode existir neste mundo, atualmente, é a morte por covid. Você não pode ver, não pode abraçar e nem dar o seu ombro para o familiar chorar. A sensação que temos é que a qualquer momento eles vão chegar. Não temos a sensação de morte deles”, relataram as irmãs.
Para os filhos, netos e bisnetos do casal, o registro que fica na memória são os momentos de carinho, companheirismo e generosidade. “Eles deixaram um vazio muito grande, mas também deixaram um legado para filhos, netos, parentes, vizinhos. Eles eram pessoas muito queridas e muito amadas.
Fonte; folhavitoria