Um avião com 70 imigrantes deportados pelos Estados Unidos, dentre eles um capixaba, desembarcou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana, na madrugada deste sábado, 26. De acordo com a Polícia Federal (PF), no voo, estava um homem, de 48 anos, condenado por homicídio, que foi preso logo após o pouso. Segundo a PF, o preso, que estava na lista de Difusão Vermelha da Interpol, cometeu um assassinato em novembro de 2000, em Governador Valadares, no Leste de Minas. Ele foi condenado a seis anos de prisão e, após a sentença, fugiu para os Estados Unidos.
Recentemente, segundo a polícia, ele ainda teria tentado matar um casal de brasileiros na Flórida. Após ser detido, o homem foi levado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
De acordo com a PF, dos deportados, 58 são mineiros, sendo a maioria de cidades como Governador Valadares, Ipatinga e Coronel Fabriciano, no Leste do estado. Ainda segundo a polícia, no grupo também havia duas pessoas de Mato Grosso, duas de Rondônia, uma do Espírito Santo, uma do Paraná, uma do Rio de Janeiro e uma de São Paulo.
As investigações apontam que os brasileiros teriam tentado entrar ilegalmente em território norte-americano, apresentando-se a policiais de fronteira na esperança de responder ao processo administrativo de imigração em liberdade. Em alguns casos, os imigrantes maiores de idade teriam usado crianças e adolescentes — ou mesmo maiores de idade se passando por menores — para facilitar a entrada e permanência nos Estados Unidos. Entre os deportados, 32 são menores de idade.
Em agosto e no começo deste mês, a Polícia Federal fez duas operações para combater a migração ilegal e falsificação de documentos públicos. As ações foram realizadas por causa do “uso corriqueiro de documentação falsa para vincular imigrantes a menores com os quais não possuíam parentesco algum, com o único objetivo de usar esses falsos filhos como um escudo contra a deportação”.
A PF informou que o voo foi fretado pela agência federal norte-americana responsável por imigração e alfândega, a U.S. Immigration and Customs Enforcement. Ainda segundo a polícia, um agente do órgão e 20 seguranças contratados garantiram a segurança da viagem, que também contou com a supervisão de uma enfermeira.
Os imigrantes deportados devem prestar depoimento em mais uma fase das investigações sobre o esquema de imigração ilegal.