O ano que passou foi duro, difícil e, de uma maneira ou outra, exigiu grande sacrifício de todos nós. Seja pela restrição através dos cuidados sanitários, pelo abraço adiado ou nunca dado pela perda de um familiar e amigos que partiram levados pela COVID.
As perdas foram muitas, no entanto, também ganhamos, mesmo vivenciando o caus. Aprendemos que nenhum abraço deverá ser adiado, isso porque talvez não tenhamos outra oportunidade de abraçar. Aquela visita empurrada para o futuro, descobrimos que deverá acontecer, se possível hoje mesmo, pois, o futuro pode não existir.
Quantos abraços interrompidos pela pandemia! Dizemos ressentidos, mas a pandemia foi apenas um instrumento para transferir a culpa pelo nosso comodismo, uma vez que, antes dela também estávamos muito ocupados em irmos na direção de outrem. A pandemia mostrou o quanto somos frágeis e egoístas.
Quer um ano feliz e diferente: esteja presente na vida daqueles que você ama. Se presentei permitindo a dar sem receber nada em troca. Quem doa é mais feliz. Agradeça mais. Exerça a humildade e aprenda a pedir desculpas. Esteja aberto a novos aprendizados.
O ano recomeça, mas não se tornará novo se conservarmos os maus hábitos. O que acontece de novo são as nossas atitudes nesta nova etapa que está surgindo. Para aquele que coloca todas as suas expectativas no ano que se inicia, mas não dá passos para seguir em frente, melhorando a sua própria vida e a vida daqueles que estão ao seu redor, é como transferir a responsabilidade de fazer acontecer a outros e dizer que é incapaz de executar esta tarefa.
Àqueles que desejam, realmente, um ano diferente é preciso olhar para o passado, aprender com os erros e seguir com coragem e, se possível for, recomeçar tudo de novo, pois, acreditar que o ano novo vai ser diferente e não fazer nada para isso acontecer é optar por um mundo de ilusão. Ao iludido e preguiçoso é vedada a felicidade.
Edilson Xavier é escritor, formado em Línguas e Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
