Houve um tempo, não muito distante, em que o mundo testemunhou a chamada Guerra Fria. De um lado estavam os EUA e do outro, a União Soviética. Num certo momento, a União Soviética entrou em colapso e simplesmente deixou de existir. Cada República, desta federação, se arrumou como pode para se sustentar e a Rússia herdou, além daquilo que sobrou de riquezas, um arsenal ibérico grandioso, assim como um território gigantesco — equivalentes a mais de dois Brasis — contendo muito gás, petróleo e várias Repúblicas federativas.
Desde dezembro a Rússia, através do governo autoritário de Vladimir Putin, vinha dando sinais de que invadiria a Ucrânia, porém, os líderes mundiais preferiam acreditar na diplomacia. Ela fracassou com a declaração de Guerra por parte da Rússia nesta manhã.
A Ucrânia é do tamanho o Estado de Minas Gerais e, além de ser um país muito jovem — fazia parte da Rússia — conseguiu a sua independência em 1991. Entretanto, Moscou — capital da Rússia — nunca engoliu essa atitude, apesar dos fortes laços culturais e sanguíneos que existe entre às duas nações.
Rússia é um país de governo autoritário, Putin está no poder há 20 anos, já ucrânia tornou-se um país democrático e distanciava cada vez mais do governo de Putin. Consequentemente passou a se identificar com o Ocidente a ponto de desejar fazer parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) criada em 1949 com o objetivo de inibir o avanço do bloco socialista na Europa Oriental e fazer frente a Antiga União Soviética, visando proteger com ações militares os países membros.
Hoje o mundo amanheceu perplexo com a notícia de uma guerra descabida e sem sentido onde o país atacado jamais fez alguma provocação ou ameaça. Então por que esta guerra desmedida? Governos autoritários sentem necessidade de testar o seu poder, eles são vaidosos e necessitam de plateia, ainda que seja para aclamá-los o inimigo número 1 do mundo.
Na semana passada o Presidente do Brasil foi à Rússia e disse que era solidário a ela e, apesar de não especificar em quê, a repercussão negativa foi imediata. Até o fechamento desta matéria o Presidente não havia se pronunciado sobre a invasão Russa, no entanto, o Itamaraty se antecipou em divulgar uma nota genérica dizendo que “O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações diplomáticas para a questão…”.
Nos bastidores do Itamaraty há o temor de que o presidente solte alguma fala através do seu viés ideológico, pois, não é segredo algum que ele se interesse por governos autoritários e isso se confirma pelas escolhas de visitas ao longo do seu governo como Donald Trompe e Vladimir Putin.
Torçamos para que num mundo destruído por catástrofes esta guerra termine logo, pois, o planeta necessita de homens de paz e não daqueles que buscam as guerras.
Edilson Xavier é escritor, formado em Línguas e Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo UFES).