Bloqueio de ruas, fechamento pleno do comércio, paralisação de parte da indústria e do transporte coletivo. De acordo com o secretário de Saúde Nésio Fernandes, essas ‘medidas mais extremas’ podem ser adotadas no Espírito Santo, caso não haja melhores índices de isolamento social.
A informação foi dada durante uma entrevista coletiva, por meio da internet, concedida pelo secretário. Segundo ele, o chamado lockdown pode durar até 21 dias no estado. “É preciso calibrar as medidas de distanciamento social. Se isso não ocorrer, as medidas extremas podem ser adotadas, reconhecendo risco extremo em várias cidades do Espírito Santo. É a possibilidade de fechar ruas, plenamente o comércio, parte da indústria e transporte coletivo por, pelo menos, 14 dias. Talvez 21 dias. Peço que o conjunto da sociedade se mobilize. O resultado não é individual, é coletivo”, disse.
O isolamento social foi um dos pontos em que o secretário mais insistiu durante a coletiva. Desde quinta-feira (21), uma plataforma do governo passou a disponibilizar o índice de isolamento detalhado no Espírito Santo, que mostra que, atualmente, este número é inferior aos 50%. Para o secretário, uma taxa insuficiente.
“Nosso isolamento social é insuficiente para vencer a pandemia. Conclamo que a sociedade se envolva, de maneira mais disciplinada nos próximos dias. Não queremos perder mais capixabas. Nós alertamos que, nesta quinzena, o interior passaria por um aumento nos óbitos, e está acontecendo. Estamos alertando que se o conjunto da sociedade não aumentar o isolamento social, em junho podemos ter que tomar medidas extremas no estado do Espírito Santo”, disse.
Ele finalizou pedindo aos comerciantes, às instituições e a toda a população que reforce o distanciamento social. “A pandemia está instalada. O mês de junho será um mês intenso e exige que, nesta semana, a sociedade se mobilize e melhore o distanciamento social. Se tomarmos essas medidas, venceremos. É possível vencer essa pandemia”, disse.
Ampliação de leitos
Segundo o secretário, o estado segue trabalhando em busca da ampliação de leitos, com compras de unidades em hospitais particulares e aguarda a chegada de aparelhos já adquiridos. No entanto, ele afirma que é necessário uma união trilateral para que haja um melhor trabalho no combate à pandemia. “O país precisa de união e coesão. Nosso papel tem sido central. Peço, como secretario estadual de Saúde, que consigamos conclamar a unidade do Sistema Único de Saúde municipais, estaduais e federal”.
Segundo o secretário, novos ventiladores devem ser entregues ao Espírito Santo nos próximos dias. “Compramos uma quantidade muito grande de ventiladores para os hospitais. Na próxima quinzena, está programada a chegada de mais de 160 ventiladores para nossas UTIs”, disse.
Nésio Fernandes ainda ressaltou que é preciso frear a evolução da doença, pois, segundo ele, há um limite na ampliação dos atendimentos. “O Espírito Santo tem um plano, mas haverá um limite. Não somente nos leitos, mas a letalidade impõe um limite. Não queremos perder vidas. Não existe tratamento específico para interromper a evolução natural da doença. Estamos ampliando a oferta de leitos da rede privada. Essa expansão tem vários objetivos, o principal é preservar vidas”, disse
Ele ainda informou que mais de 18 mil testes rápidos estão sendo distribuídos para os municípios. Segundo o secretário, a finalidade é ter o diagnóstico da população com maior risco de evoluir o diagnóstico da doença.
Hospital de campanha
Já planejado desde o início da pandemia, o governo do Espírito Santo sempre deixou claro que a construção de um hospital de campanha seria a alternativa quando não houvesse mais a possibilidade de ampliação de leitos nos hospitais. Agora, segundo o secretário, está em estudo uma proposta para a montagem de uma unidade em Colatina, mas a decisão ainda não está definida.
“Estamos estudando a possibilidade de construir, em Colatina, um hospital de campanha. Quando essa decisão for tomada, o governador vai anunciar. Já prevíamos isso, que seria construído assim que não pudesse mais ampliar a rede filantrópica e rede particular”, disse.
Fonte; folhavitoria