A Igreja pede dois jejuns ao longo do ano aos seus fiéis, ambos durante à Quaresma: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira da Paixão. Neste ano o jejum tradicional da Quarta-feira de Cinzas terá uma intenção específica: mundo ameaçado pela guerra. A convocação foi feita pelo Papa Francisco.
Quando pensávamos que poderíamos sair da crise gerada pela pandemia, um novo colapso voltou a ameaça o planeta. Desta vez causado por uma grande potência mundial que advertia usar armas pesadas e nuclear. A intimidação veio da Rússia que tem na figura do seu presidente, Vladimir Putin, o desejo de poder na alma para dar sustentação ao seu autoritarismo. Governos autoritários ameaçam o mundo como todo.
O planeta nunca esteve tão próximo de uma catástrofe humanitária tão grande como a que se aproxima, até porque os recursos ficaram limitados no combate a Pandemia. Nesta guerra muitas mulheres ficarão viúvas e seus filhos órfãos em país estrangeiro porque dos homens que ficaram na Ucrânia, muitos perderão à vida numa guerra unilateral e sem sentido. Já as mulheres terão que criar os seus filhos, sozinhas e começarão fazer isso em país estrangeiro, já que precisaram fugir para lá na intenção de proteger a sua prole.
As tentativas diplomáticas para cessar-fogo não estão surtindo o efeito esperado. Os líderes mundiais se veem com as mãos atadas pelas leis que eles mesmos criaram na ONU, portanto ainda restam em muitos corações a fé, que vem lá de cima, e para isto, o gesto concreto do jejum traz esperança.
Neste momento qualquer tentativa de algum gesto concreto de buscar paz para as nações valem muito, pois, nem tudo que funciona a gente pode ver com os olhos humanos e a fé é um desses elementos. Que unamos aos demais católicos neste gesto, até porque a paz é um bem muito precioso para a humanidade, já a guerra…
Bom jejum a todos!
Edilson Xavier é escritor, formado em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
