A história aponta para a Europa em meados do século XIV, na época em que apareceu a chamada peste negra (o mesmo que peste bubônica, doença causada pela bactéria Yersinia pestis) que, assim como a COVID-19, essa doença trouxe insegurança, medo, isolamento e muitas mortes. Naquela época havia uma cidade portuária governada por Veneza. Esta cidade abaixou um decreto proibindo a chegada de navios provenientes de regiões afetadas pela doença por um período de trinta dias (trentino). Completando os trinta dias e vendo que o plano estava dando certo, as autoridades locais estenderam o período para quarenta dias (quarantino), que deriva da Língua italiana que significa quarenta.
O plano deu tão certo que a partir desse fato qualquer isolamento referente à epidemia e/ou à pandemia passou a referir ao período guardado para se proteger das doenças que causam transmissão em massa para a população como um plano bem-sucedido.
Mesmo com a gravidade da doença a expressão “quarentena” passou a ter um significado menos rígido (no caso do coronavírus quatorze dias devido a incubação do vírus) e repetida nos quatro cantos do mundo como uma espécie de mantra.
Apesar de em algumas nações seus representantes tentarem derrubar algumas medidas de isolamento social, a história nos mostra que essa continua sendo uma medida muito eficaz para se preservar vidas mesmo em tempos dominados por tecnologias e é bom que a humanidade aprenda a olhar para o passado de forma consciente para caminhar em direção ao futuro de forma mais segura porque a vacina para a COVID-19 está quase pronta para o alcance de todos, mas ignorância ainda continua sendo um dos males muito difíceis de se encontrar vacina eficaz para combatê-la.
Edilson Xavier é escritor e formado em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
